Em novembro de 2007, eu prestei vestibular. No segundo dia do processo seletivo havia uma redação. Lembro que antes da prova, quem ainda não tinha entrado na sala em que iria ficar por pelo menos a próxima hora, ficaram comentando sobre o possível tema, que seria uma carta. Os jovens que falavam a respeito deveriam ser conhecidos, talvez do cursinho, não sei. Só sei que fiquei ali, observando e ouvindo, aqueles que estavam próximos a minha sala, e pegando o conhecimento que eles tinham pra passar.
Bem, o tema da redação foi uma carta. O professor de cursinho que estava prevendo deu uma bola dentro! O candidato poderia escolher entre um político e Gabriel, o pensador, como destinatário, o tema da carta eu não lembro ao certo. Mas agora, quase uma década depois, quando pediram para escrever um carta, eu não soube a quem destinar. Mas me passou essa lembrança na cabeça.
Então,
Querida garota perdida,
como andam seus pensamentos pelo mundo da lua? A vida não foi aquilo que você sonhava que seria quando aos 16. Talvez nunca chegue a ser. O destino deturpou seus desejos. E parece que no final deu exatamente o que você pedira, mesmo que ainda tenha que fazer alguns ajustes.
A faculdade não foi como American pie, e nem com nenhum daqueles campi que você conheceu nas séries e filme que acompanhava. Mesmo assim ainda tirou ensinamento de algumas delas. Principalmente aquela, daquela época.
Aprendeu que diploma não é sinônimo de sucesso, e que aquela sensação que sentira outrora poderia voltar infinitamente mais forte, e quem sabe, mais ainda.
Se afastou da maioria dos amigos da época, alguns ainda mantêm pouca comunicação, mesmo com a ascensão da tecnologia. Quem diria que as redes sociais se tornariam esse grande enlace? E quem diria que você desinteressaria da maioria delas?
Querida garota perdida,
sei que você está passando por dificuldades, e sei que os poucos e bons parecem que desapareceram.
Todos tomaram seu rumo, todos seguiram em frente. Tá na hora de você também seguir.
Querida garota perdida,
põe teus planos no papel pra começar a concretizá-los. Quem sabe assim, em passos de bebês que seja, essa tristeza que habita em você não desapareça?
Querida garota perdida,
apenas seja!
"Não parou com nenhum deles porque nenhum deles a fazia parar. Continuou correndo". BOVOLENTO, Daniel (2012).
terça-feira, 26 de abril de 2016
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Sobre todas as vezes que você me esqueceu
Ela se importava demais.
Talvez isso fosse o erro. Ela esperava
demais. Em ambos os sentidos. Foi quando ela deixou de ser ela pra ser ele.
Quando seu dia passou a girar pensando no momento em que ele estaria ali pra
ela.
Aquela velha estória de
falar demais que acaba fazendo. E foi exatamente assim que aconteceu.
No início foi meio
confuso, talvez. Ela queria estar com ele, ele parecia querer ficar com ela,
mas ela parecia ser a única a correr atrás para que isso acontecesse. Até que
não. E foi aí, que por um breve momento, ela pode sentir que importava.
Mas não foi o bastante.
Eram breves lapsos de
memória aqueles. Momentos depois ela era deixada no canto outra vez. Sempre
existiam coisas mais importantes. Desculpas esculpidas na ponta da língua. Ela
podia esperar.
Foi quando percebeu em
que sua vida se transformou: uma longa espera. Nunca conseguiu fazer as pazes
com o relógio. Houve protestos. As coisas mudaram. Mas os velhos hábitos sempre
os seguiam. Procurar seguir sozinha parecia forçação de barra, tamanha era a
dependência por ele.
Relevou,
por enquanto. Ultimamente, muito menos. Precisava saber o que queria da vida.
Precisava esperar.
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